Educação Infantil
Razão e emoção, os fundamentos
da autoestima
Sugere-se recordar sobre o principal significado da
autoestima. É a confiança na eficiência da nossa mente, em nossa capacidade de
aprender, de fazer escolhas e tomar decisões apropriadas e lidar com mudanças.
Acredita-se na existência de duas mentes. Uma que se
emociona, sente, comove, adapta. Outra que compreende, analisa, pondera,
reflete.
O psicólogo Goleman (1995) após intensa pesquisa
científica, afirmou que se é impulsionado pela emoção, cujo controle é
essencial para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo.
A emoção está para a razão assim como o prazer está para o
aprendizado.
A autoestima é a ferramenta que movimenta os estímulos para
gerar bons resultados.
A autoestima exige assertividade.
A construção da afetividade à
autoestima segundo Henri Wallon
O modelo de análise ao pensar
o desenvolvimento humano, foi desenvolvido por Wallon (1981) que estudou-o a
partir da ênfase dada ao desenvolvimento psíquico da criança Wallon
(1981) realiza um estudo que é centrado na criança contextualizada, onde o
ritmo no qual se sucedem as etapas do desenvolvimento é descontínuo.
Wallon (1981) propõe a psicogênese da pessoa
completa, ou seja, o estudo integrado do desenvolvimento considera o sujeito como “geneticamente social” segundo
ele é preciso estudar a criança contextualizada observando os aspectos: afetivo, motor e cognitivo.
Apresenta as fases de
desenvolvimento psíquico da criança:
-Personalista: inicia no primeiro ano de vida pela
interação com os objetos e seu próprio corpo e no terceiro ano de vida inicia o
conflito eu-outro,
onde se opõe a tudo que julga diferente e que venha do outro.
-Socialização:compreende o período dos seis aos sete anos,
onde a educação se torna obrigatória. Não pertence mais unicamente ao grupo
familiar. Começa a fazer parte de grupos diferentes.
No caso da criança, no qual entre ela e o objeto a conhecer existe um
mediador, geralmente na pessoa de um adulto que ensina, a calidez da veiculação
afetiva entre eles catalisa poderosamente a reação que resulta na apreensão do
objeto pelo sujeito (DANTAS, 1990).
Percebe-se que é fundamental lembrar da disciplina como
necessária para se evitar as futuras perturbações de caráter, mas que tem, na
sala de aula, um espaço adequado para ser trabalhada.
É equivocado
pensar em um padrão de postura que garanta toda atenção em qualquer atividade,
pois, muitas vezes, é a variação na posição do corpo que propicia melhor e
maior atenção na atividade que a criança está realizando. Percebe-se que, ao
longo do desenvolvimento da criança, que uma série de fatores contribuem para
sua formação enquanto ser social.
...Refletindo...
v Acredita-se que a maioria dos professores quer dar
sua contribuição positiva às mentes confiadas a seus cuidados.
v Se às vezes prejudicam, não têm intenção de
fazê-lo.
v As crianças observam seus professores em parte para
aprender o comportamento adulto apropriado.
v Considera-se que a aprendizagem ocorre com o
que é vivido.
v Para estimar-se é preciso que se tenha sido aceito,
querido e valorizado.
v A autoestima é algo que pode ser aprendido.
Recomenda-se não como um receituário, mas como um
roteiro de sugestões, para compreender que a
criança sente-se amada quando:
-Precisa de consolo e encontra
braços abertos: mãos que lhe acariciam o joelho ferido ou enxugam suas
lágrimas, quando está triste ou de mau humor;
-Ouve uma história aconchegada no colo, recebendo carícias;
-O tom de voz lhe é agradável e suave, produzindo-lhe um ambiente sereno e sem
tensão. As frases ditas (“-Gosto de você!” “-Amo você”) talvez lhe sejam a
melhor coisa;
-Não é comparada a outra, mas se aceita como é (Quando preciso, diga-lhe que
não aprova ou não gosta de certas coisas que ela faz, mas deixe claro que gosta
sempre dela);
-A criança observa o seu modelo, por isso procure sorrir sempre e cuidar do seu
modo de agir diante dela
-Procure ser justo;
-Saiba dizer não, os limites devem ser colocados desde cedo;
-Ofereça-lhe segurança e não lhe negue a mão. Que ela assim não tenha medo,
face às novas experiências que lhe são propostas. Quanto mais coisas ela
realiza, mais segura se sente.
-Se necessário, não tema incentivá-la a brincar com outras crianças,
fazendo com que se relacione com pessoas diferentes. E a frente destas, que
nunca se sinta envergonhada, nem ridicularizada.
Texto de Rosangela L. Scheuer - 2001